Ela é loira. Branca. Magra. Jovem. Carismática. Bem sucedida financeiramente e profissionalmente. Eu poderia listar e problematizar várias outras características que fazem de Fernanda Gentil uma pessoa que goza de privilégios justamente pelo fato de estar enquadrada nos padrões de beleza e comportamento. Mas esse não é o meu foco. O foco aqui é usar o caso de Fernanda Gentil (saiba mais aqui) como exemplo de como o machismo oprime a liberdade da mulher em se sentir bem do jeitinho que é (ou deseja ser). Nunca criei nenhuma expectativa sobre como seria o corpo de "Fernanda Gentil". A única leitura que eu sempre fiz sobre ela era a de que "Fernanda Gentil" se tratava de uma jornalista esportiva, simpática e competente (o que na minha cabeça servia como justificativa para o rápido sucesso da moça). E a verdade é que quase nunca parece adiantar ser uma boa profissional (ou qualquer outra coisa) quando se é mulher nessa sociedade machista. Em algum momento, sempre irá surgir alguém para mudar o foco da questão: seja fetichizando a profissional, através da objetificação do corpo feminino ("Fernanda tem mais curvas do que as roupas revelam e tem algumas celulites"), ou seja menosprezando os atributos profissionais e competências da moça ("Fernanda Gentil virou a repórter queridinha na época da Copa. Um fator que ajudou muito foi a sua aparência"). Junto a toda essa problemática envolvendo a objetificação do corpo das mulheres, outro detalhe nesse bafafá todo também me levou a refletir sobre um ponto: a supervalorização que existe da aparência física em detrimento de outros atributos. Isso é assustador. Tantas coisas além poderiam ser comentadas a respeito de Fernanda Gentil, tais como a espontaneidade enquanto apresenta, a simpatia ímpar da moça, o blog divertidísimo que ela escreve e até mesmo as gafes que a moça já cometeu ao vivo (se vocês nunca viram, eu recomendo que pesquisem no google, é bem engraçado! ). Mas não. As pessoas preferem analisar (e julgar) cada pedacinho do corpo de Fernanda como se ela precisasse de tamanha exposição para saber se o próprio corpo é ~ideal~ ou não. Absurdo.
Pior é imaginar que esse caso é um dentre vários outros que acontecem constantemente. Afinal, todos os dias tantas outras são coagidas a modificarem o próprio corpo para agradar os outros. Todos os dias tantas outras são assediadas em seus locais de trabalho por serem consideradas musas disso ou bibelôs daquilo. Todos os dias tantas outras sofrem por não serem tratadas como gente, mas sim analisadas como algo sem vida ou sem sentimento. E o fato é, seja lá como for essas tantas outras, todas elas sempre serão difentes entre si... Mas um único fardo em comum essas outras carregam na vida: são mulheres. Fernanda Gentil é uma de nós. Fernanda Gentil é mulher.
0 Comments
Leave a Reply. |
Olá gente! Aqui quem fala é a Maria Eduarda e esse é o meu blog onde eu falava de várias coisinhas aleatórias... Atualmente ele está desativado. Bjs =*
♥ CATEGORIAS ♥
Todos
♥ ARQUIVO ♥
Janeiro 2016
|